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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Galápagos: Ilhas Encantadas - Capítulo 10

Capítulo 10

Fernandina: Tem asa mas não voa

Fernandina é a ilha mais nova do arquipélago. Foi formada por um único vulcão que ainda está ativo e ainda se encontra em processo de formação. Por causa disso é a ilha mais preservada. Em Fernandina não há espécies invasoras, e nunca houve. Somente espécies nativas são encontradas por aqui.

Espinosa Point (Fernandina)

Desembarcamos em uma praia vulcânica tomada por iguanas marinhas. Nos buracos próximos a costa, tartarugas verdes do Pacífico aprisionadas esperavam a maré alta para voltar a águas mais profundas. Em uma das poças achamos um tubarão gato que nadava em círculos tentando achar a saída.

poças onde tartarugas e peixes ficam aprisionados

Tubarão Gato/ Tiburón Gato/ Catshark

Passamos pelos campos de lava, onde o magma esculpiu canais interconectando o oceano com o interior da ilha. Esses canais são usados por animais marinhos que buscam um lugar seguro para descansar. Marcela, nossa guia, fez um sinal! Todos tinham que ficar em silêncio! Começamos a andar lentamente... Ela nos conduziu para uma baía onde Tartarugas marinhas dormiam tranquilamente.

Campos de Lava/ Lava Fields

Campos de Lava/ Lava Fields

Campos de Lava 

Tartaruga verde do Pacífico/ Tortuga marina
Pacific Green sea turtle (Chelonia mydas)

Tartaruga verde do Pacífico dormindo
 Tortuga marina/ Pacific Green sea turtle (Chelonia mydas)

Voltamos para explorar a costa, mas era preciso ter cuidado para não pisar nas iguanas marinhas que se espalhavam por todo o lugar. Os Leões marinhos, companheiros constantes durante a viagem, estavam nas praias cuidando dos filhotes que brincavam tranquilamente nas poças. 

filhotes de Leão Marinho de Galápagos/ León Marino
Galapagos Sea lion (Zalophus wollebaeki)

 Iguana Marinha/ Iguanas Marina
Marine Iguana (Amblyrhynchus cristatus)

 Iguanas Marinhas/ Iguanas Marinas
Marine Iguanas (Amblyrhynchus cristatus)

 Iguanas Marinhas/ Iguanas Marinas
Marine Iguanas (Amblyrhynchus cristatus) 

Campo de Lava /Lava Fields

Chegamos ao ponto alto da visita! Os Biguás de Galápagos! Galápagos se encontra a mais de 900 km do continente, formada por vulcões há 5 milhões de anos atrás. Durante esse tempo, várias aves vindas do continente chegaram  ao arquipélago, provavelmente desviadas de seu caminho por tempestades. Entre elas estavam os Biguás. Uma vez estabelecidos não havia razão para que eles voassem. Eles mergulham para pegar seu alimento e nenhum mamífero que poderia ameaçá-los conseguiu colonizar as ilhas. Seus ancestrais não precisavam das asas para impulsioná-los na água, já que todos os biguás utilizam os pés para isso. Enquanto uma geração sucedia a outra, sem voar sequer uma vez, suas asas foram encolhendo. Hoje, as asas que eles abrem para secar após uma pescaria são tão pequenas que certamente não os sustentariam no ar. 

Biguá de Galápagos/ Cormorán no volador
Flightless Cormorant (Phalacrocorax harrisi)

Biguá de Galápagos/ Cormorán no volador
Flightless Cormorant (Phalacrocorax harrisi)

O voo é uma atividade que demanda muita energia e as aves não irão viajar pelos céus se for seguro ficar pelo chão, especialmente em ilhar onde os ventos podem levar uma ave para o Oceano aberto. Em seu livro "A Origem das Espécies" Darwin discute as consequências do uso e desuso em populações de insetos localizados em ilhas. Elas tendem a perder o voo. Darwin atribuiu essa perda à Seleção Natural. Ele concluiu: "Eu acredito que a perda quase total da capacidade de voar de inúmeras espécies de aves, que agora residem ou  colonizaram recentemente ilhas oceânicas, sem ameaça de nenhum predador, foi causada pelo desuso." Ele ficaria maravilhado em ver o Biguá de Galápagos!