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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bichos da noite


Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas , gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas. Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade. Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seu habitat, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros. Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistada no Palma da Sede!

Jaguatirica (Ocelot)
Foto de Edir Alves, Didi

A Jaguatirica pode chegar a 1m de comprimento mais 45 cm de cauda e pode pesar de 11 a 16Kg. É um animal de hábitos noturnos, territorial e solitário, sendo encontrado em pares somente na época do acasalamento. A Jaguatirica é uma excelente escaladora. De dia normalmente se encontra descansando em cima das árvores. É um animal oportunista e em sua dieta estão pequenos mamíferos (veados, coelhos, tatus e roedores), répteis (lagartos e cágados), anfíbios (sapos e pererecas) e peixes, delimitando uma área de caça de mais ou menos 18 Km². Infelizmente é um animal ameaçado de extinção pelo tráfico de animais! Sua pela tem grande valor no mercado negro e as pessoas as compram como animais de estimação. O problema é que os animais capturados sofrem maus tratos e de cada 10 animais tirados da natureza pelos traficantes 9 morrem antes de chegar ao comprador. Assim, se uma pessoa compra uma Jaguatirica, essa mesma pessoa está matando outras nove!

Avistada logo após a Onça!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Bicho do dia

Arirambinha Bico de Agulha
(Rufus Tailed Jacamar)

É encontrado na beira de rios e baías pousado em galhos e cipós expostos entre 1 e 4 metros de altura do chão. Utiliza sempre os mesmos poleiros como locais de espreita das presas e locais de alimentação. São territorialistas e após localizados uma vez é fácil encontrá-los novamente (respondem muito bem ao playback). Quando caçam esperam empoleirados em um galho e quando um inseto passa voando o agarra e, utilizando seu longo bico fino, bate contra o poleiro retirando as asas e a carapaça de sua presa. Se alimentam de libéluas, abelhas, borboletas e mariposas. O macho possui garganta branca enquanto a fêmea tem uma garganta parda.

Avistado na beira da Baía da Sede

domingo, 14 de dezembro de 2008

O cliente não tem sempre a razão

Estava na Cordilheira esperando para receber os hóspedes. Aí chegou um ônibus com um casal. No momento em que começamos a tirar as malas do carro deu pra perceber que a Dona ia dar trabalho. A bagagem não acabava, era refrigerante, abacaxi, isopor e até gelo! Ela desceu do carro dizendo: "Quando o pessoal da recepção me disse que não havia frigobar eu fiquei preocupadíssima!" É o tipo de gente que não gosta de natureza e vem pro Pantanal só pra dizer para os amigos que veio. No primerio dia eu já estava meio irritado porque ela disse que não existiam mais felinos no Pantanal. Que todos estavam extintos por aqui. O Cabelo (guia de campo) e eu contávamos histórias das vezes que vimos a Onça e ela não acreditava.
Aí veio o segundo dia e a Dona conseguiu me irritar ainda mais: Ela jogou o cigarro no chão e enterrou! Saí calmamente do caminhão, peguei o cigarro e coloquei no lixo (que por sinal estava ao lado dela). Ela ficou uma fera! Disse que havia enterrado a bituca no chão. Expliquei que o cigarro demora para se decompor e por isso não pode ser jogada em qualquer lugar. A Dona já estava quase espumando pela boca pronta pra pular no meu pescoço: "Então tá bom senhor Fábio!" O que mais me deu raiva é que a mulher havia feito faculdade de jornalismo! Teoricamente deveria ser uma pessoa bem informada, mas, definitivamente, não era o caso.
Veio então o terceiro dia, o dia do Safari com o pessoal do Projeto Onça Pintada (http://www.jaguar.org.br/). A Dona disse que não iria e ainda tirou um sarro: "Ficar caçando Onça no Pantanal... Vocês não ver ver nada! Não existem mais felinos por aqui. Eu não vou!" Aquilo me deixou puto! Mas eu engoli a raiva e saímos... Para um dos melhores safaris da minha vida! Vimos Lobinhos, Mãos peladas, Catetos, um grupo gigantesco de Queixadas,Veados Campeiros, Veados Catingueiros, Veado Mateiro, Cervo do Pantanal, Cutia, Capivaras, Porcos Monteiros, Bugios, Tatu Peba, Quatis, Um Ouriço Cacheiro cruzando a estrada (Um dos animais mais difíceis de se ver por aqui), uma Anta e o animal que sempre salva o dia: A Jaguatirica! Foram 17 Mamíferos em um único passeio!Quando a avistei fiquei muito feliz! Não só por ver a Jaguatirica, mas também por ela provar pra Dona, de uma vez por todas, que os felinos existem no Pantanal! E o que é melhor: A Dona não estava, mas a Jaguatirica ficou tanto tempo e estava tão perto que os hóspedes tiraram boas fotos dela. Ao chegarmos na Cordilheira todos estavam com um sorriso no rosto. A Dona veio direto perguntar como havia sido e eu respondi: "Ótimo! Vimos muita coisa! Mas a melhor foi a Jaguatirica!" Ela não acreditou, mas aí um hóspede mostrou as fotos... Dava pra ver a inveja nos olhos dela e a satisfação nos meus. Que dia!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bicho do dia

Japacanim (Black Capped Donacobius)

Um dos cantos mais bonitos entre todas as aves. Possui vários chamados, mas é o dueto entre macho e fêmea o que chama mais a atenção. Quando isso acontece macho e fêmea entrelaçam as asas e abrem a cauda em leque mostrando as pontas brancas das penas laterais. Também é possível observar uma área amarela ao lado do pescoço. É uma pele que infla durante a cantoria. Além do canto, chama a atenção o contraste entre as costas marrom escura e o peito creme além do olho amarelo. É encontrado nas margens de rios e baías pulando de galho em galho atrás de insetos.
Avistado nas margens do Rio Aquidauana

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Bicho do dia

Alma de Gato (Squirrel Cuckoo)

Existe uma lenda amazônica que diz que quando o Alma de Gato canta na frente da casa de alguma pessoa, essa pessoa está com os dias contados. No entanto, o Alma de Gato é muito útil para os agricultores, pois se alimenta de insetos, principalmente larvas que atacam as plantações. O Alma de Gato possui esse nome devido a facilidade de se locomover entre os arbustos sem ser percebido, mesmo sendo grande (pode chegar a 50 cm). Também é conhecida como Rabilonga devido a sua grande cauda.
Avistado na portaria

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Bicho do dia

Gavião de Cabeça Cinza (Grey Headed Kite)

O gavião de cabeça cinza possui asas e cauda longas, uma cabeça cinza, que lhe confere o nome, que se destaca do peito branco e das costas pretas. A cauda é preta com 3 faixas brancas horizontais. Apesar de ser grande movimenta-se muito bem dentro da mata e por isso é de difícil visualização. Possui uma alimentação variada composta por insetos, répteis, rãs e caramujos.

Avistado planando na invernada Palma da Sede

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Bicho do dia

Uirapuru Laranja macho (Band Tailed Manakin)

Uirapuru Laranja fêmea (Band Tailed Manakin)

O Uirapuru laranja possui dimorfismo sexual, o que significa que a fêmea é diferente do macho. O Macho possui cores vibrantes na cabeça e no peito (Vermelho fogo e amarelo) contrastando com seus olhos brancos e suas costas pretas. A fêmea é bem mais discreta com um tom verde que da mais destaque aos seus olhos, também brancos. Vivem no interior da mata pulando de galho em galho a mais ou menos 1m do chão. Apesar das cores a observação é difícil pois não ficam parados por muito tempo no mesmo lugar. Possuem uma arena de dança onde as fêmeas vem para procurar o seu par. Nessas arenas os machos se enfrentam numa dança onde o vencedor acasala com a fêmea na mesma arena. Após a cópula a fêmea retorna para a sua área de vida para construir o ninho, chocar os ovos e cuidar dos filhotes. Tudo sozinha. As arenas de dança são visitadas pelos machos durante todo o ano e mesmo fora do período reprodutivo eles realizam uma dança procurando manter as melhores posições.

Avistado na trilha do Isolado

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bicho do dia

Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas, gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros.
Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistada na Cigana, no Rio Cristalino!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Bicho do dia

Martim Pescador Anão (Pigmy Kingfisher)

O menor dos Martins pescadores com 13 cm do bico até a cauda! É de difícil observação pois vive nas áreas mais fechadas e sombreadas das matas ciliares (matas que ficam nas margens dos rios ou lagos parecendo os cílios em volta dos olhos) e possui um chamado baixo semelhante ao barulho de um inseto. É encontrado no meio de cipós e galhos sobre a água de onde fica observando o movimento. De repente mergulha para pegar pequenos peixes. Se tiver sucesso voa para um galho, bate sua presa para terminar de matá-la e depois a engole inteira.
A foto mostra um macho, a fêmea possui as mesmas características mais um colar verde que cruza todo o pescoço.
Avistado na entrada da trilha do Isolado

sábado, 15 de novembro de 2008

Bicho do dia


João Pinto do Brejo (Scarlet headed blackbird)

Animal dotado de extrema beleza. Possui cabeça e peito escarlates que contrastam com seu corpo negro, é inconfundível! Gosta de sair para banhar-se ao sol pela manhã pousando em galhos expostos. Se alimenta de frutos, sementes e insetos e pode ser avistado solitário ou em casais. Os jovens possuem uma plumagem preto acinzentada apresentando algumas penas vermelhas. No Pantanal, devido ao ciclo de cheias e secas, alguns brejos secam e o João Pinto muda para outro local alagado.
Avistado ao lado da Baiazinha

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Gato Pintado cruzou a estrada

Estava em minha semana de folga, mas acabei vendendo um dia para fazer voadeira com o grupo do zoológico de Saint Louis. Marcos, irmão do Helder (caimaner), que queria muito ver uma Onça, foi conosco também! Na ida fizemos poucas paradas para aproveitar o passeio no rio. Chegando no retiro São Domingos, pegamos a voadeira e saímos pelo rio Aquidauana. O passeio seguia normalmente até chegarmos no garrafa, um afluente do Aquidauana. Sempre que entramos desligamos o motor e observamos a paisagem (que é linda).Sempre vemos Martins pescadores, Socós dorminhocos, biguatingas, mas dessa vez foi diferente: De repente o Marcos disse: "Ariranha!" Quando olhei já era tarde demais... Já estava dentro da água! Não falei nada para os hóspedes... Fiquei esperando pra ver se ela aparecia de novo... Esperei, esperei até que uma cabeça surgiu na frente do barco! Chamei todos os hóspedes! O bicho tinha nos vistos e estava nadando em nossa direção! Fazia um som agudo e erguia-se mostrando o pescoço longo com manchas brancas! Provavelmente estava defendendo o filhote... É preciso muita coragem pra ir em direção de um barco 10 vezes maior que você! Os clicks das câmeras começaram, mas era difícil de fotografar, pois ela se erguia de um lado e afundava rapidamente, ficava um tempo de baixo da água e surgia em outro local! Chegou a uns 5m do barco e depois partiu! Foi Fantástico!
Na volta estava tudo tranquilo, não estávamos vendo muita coisa, mas aí o Wendell (piloto do barco) fez a volta e desligou o motor... Olhei pra ele e ele não disse nada... só apontou para a frente... Só tinha água no lugar que ele mostrou... Mas depois de alguns segundos vimos uma cabeça saindo da água! Era a Lontra! Fomos seguindo o bicho com o barco! Aí ela subiu num galho, ficou tempo suficiente para os hóspedes tirarem fotos e foi embora! Incrível! Enatão chegamos no retiro, fizemos um lanche e voltamos fazendo focagem! Após deixarmos os hóspedes na pousada perguntei pro Marcos se ele queria voltar com a gente fazendo uma focagem até a Piúva (nosso alojamento), mas ele disse que a Ariranha já tinha feito a viagem valer a pena, então disse pra ele: "Rapaz, o dia só acaba quando termina!", mas ele disse que queria ficar mais um tempo com o irmão.Voltamos então para a Sede para dar carona para a Lidiane (Gerente do Hotel) e então seguimos para a vila conversando... Só faltavam mais cinco minutos de caminhão quando eu vi um bicho grande na beira da estrada em frente a Ponte do Paizinho! Só podia ser Ela! gritei: "A Onça! A Onça! A Onça!" Quando a luz do caminhão bateu no bicho deu pra ver o corpo amarelo e as manchas pretas! Ela cruzou a estrada na nossa frente e sumiu no mato sem fazer nenhum barulho! Foi um dia maravilhoso!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bichos do dia

Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas , gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros.
Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistada no Rio Cristalino.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Bicho do dia

Mãe da Lua (Great Potoo)

Um animal único: passa o dia inteiro parado, em cima de um galho mimetizando-se completamente com o ambiente a sua volta. Quando se sente ameaçado aumenta ainda mais sua semelhança com o tronco elevando a cabeça para cima e encostando a cauda no tronco. Mesmo com os olhos fechados consegue ver o que está acontecendo devido a duas pequenas janelas nas pálpebras. Graças a elas a Mãe da Lua pode ter grandes olhos, necessários para enxergar à noite quando sai para caçar insetos, sem chamar a atenção durante o dia.
Faz a postura de um ovo em cima de um galho permanecendo até o filhote nascer. Ao nascer o filhote adota a posição de camuflagem e permanece na mesma posição enquanto a mãe sai para procurar alimento.
Possui um chamado característico ouvido ao anoitecer: Um grito forte e rouco que lhe rendeu o seu nome. As pessoas acreditavam que esse som era um espírito que anunciava a chegada da noite. Assim todos se recolhiam para casa com medo da Mãe da Lua.

Avistada na estrada da Cordilheira

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bicho do dia

Gato mourisco (Jaguarundi)

Um felino diferente dos demais: possui corpo alongado e pernas curtas, pupila circular indicando hábitos diurnos. Possui uma cauda muito comprida (40 cm) em relação ao seu corpo (65 cm). Possui dois tipos de pelagem: vermelho e preta acinzentada. Durante algum tempo se pensou ser duas espécies diferentes, mas hoje se sabe que numa mesma prole podem ser encontrados gatos com as duas pelagens. Antigamente os indivíduos com pelagem vermelha eram chamados de Eyras enquanto os de pelagem preta eram conhecidos como jaguarundis. Hoje as duas versões são conhecidas como jaguarundi ou gato mourisco.
É um animal que vive próximo à água e é um excelente nadador, sendo por isso chamado de Otter cat (gato lontra) em alguns lugares. Quando está caçando procura presas no chão, dando preferência para aves, mas também se alimenta de roedores, lagartos, sapos e peixes. Sua pelagem não tem grande valor comercial e por isso não está na lista dos animais ameaçados de extinção. No entanto o desmatamento e a consequente perda de habitat pode levar esse extraordinário felino a extinção.

Avistado na estrada para o Retiro Arara

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Bicho do dia

Arara vermelha (Red and green macaw)
foto de Edir Alves, Didi

Encontrada voando em pares ou, quando mais jovens, solitárias. Porém, fora do Pantanal podem ser encontradas em grandes grupos. Depois que encontra um parceiro permanece com ele até o final da vida sendo por isso chamada de monogâmica. Se alimenta de frutas e cocos, mas pode comer folhas de algumas plantas. Coloca seus ovos, de 2 a 3, em ocos de árvores ou buracos nos penhascos. Depois de 28 dias nasce um filhote (em média), que estará pronto para voar depois de 3 meses.
A Arara vermelha era muito frequente na Mata Atlântica, mas o desmatamento e o tráfico de animais acabou levando a espécie a extinção nessa área. hoje é encontrada em áreas de Cerrado e no Pantanal. Ela é muito popular como animal de estimação devido a sua beleza e sua habilidade de imitar sons, incluindo a voz humana. No entanto, o que as pessoas não sabem é que a cada 10 araras retiradas da natureza pelos traficantes 9 morrem. Assim, se uma pessoa compra uma Arara Vermelha, essa mesma pessoa está matando outras 9 Araras! Essa espécie ainda não está em extinção, mas se nada for feito nós só vamos conseguir vê-la em cativeiro! Ajudar é fácil, é só não comprar um animal selvagem para criá-lo como animal de estimação. E convenhamos, um animal livre é muito mais bonito do que um animal dentro de uma gaiola!

Avistada no sete de copas em frente à Sede

domingo, 19 de outubro de 2008

Bicho do dia

Ariranha (Giant Otter)

A maior representante da família dos mustelídeos podendo chegar a 2m de comprimento e pesar até 30 Kg! Quando adultas comem de 6 a 10 Kg de peixes, principalmente piranhas, para se alimentarem. Podem comer ocasionalmente cobras, pequenos jacarés e filhotes de pássaros. De vez em quando caçam sucuris, e quando isso acontece atacam em grupos tentando subjugar a presa. São animais sociais e podem ser encontrados em grupos de 2 a 12 indivíduos, mas quando caçam normalmente não utilizam uma estratégia... Cada indivíduo pega e come seu próprio peixe, mas a mãe e o pai apanham peixes para os filhotes menos experientes. Quando se reproduzem a fêmea da a luz a 2 a 4 filhotes que permanecem com o grupo por 2 a 5 anos. Quando as lontras são jovens elas ajudam nos cuidados com os filhotes (protegem os menores contra ataques de jacarés). São animais extremamente territorialistas e defendem seu território agressivamente: nadam em direção ao invasor tirando o corpo para fora até mais ou menos a metade fazendo um barulho bem característico!

Avistada no rio Cristalino


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Chegou a hora da Onça beber água

Estava na Cordilheira, havia acabado de me despedir dos hóspedes e esperava pelos hóspedes do novo pacote. Estava bem cansado porque tinha guiado uma hóspede meio exigente que sempre estava atrasada, queria acordar sempre mais tarde, jogava cigarros no chão... Enfim, aquele tipo de pessoa que vem pro Pantanal só pra dizer que veio, mas na verdade não gosta de vida selvagem. Então chegaram os novos hóspedes, um grupo do zoológico de Saint Louis. Todos muito simpáticos e interessados, o tipo de grupo que qualquer guia gosta de pegar. Fizemos o Check in e saímos para uma trilha próxima a pousada... Havíamos acabado de sair e estávamos vendo um casal de Araras quando o Ferpa (guia de campo) chamou no rádio: "Fábio! Fábio! Tá na escuta Fábio?!" o rádio estava com o Cabelo (guia de campo) que respondeu: "Positivo! Na escuta!" "Cabelo, a gente tá aqui no aterro e tem uma Onça deitada na frente do açude!" Olhei pro Cabelo na hora e disse: "Vamos lá!" virei pros hóspedes e disse: "Gente! Tem uma Onça próximo daqui! Nós vamos pegar o caminhão e ir até onde ela se encontra! Se formos rápido temos grande chance de vê-la!" Aí saímos todos correndo para o caminhão! O Cabelo fechou a porta e acelerou! A estrada era estreita e os galhos passavam raspando no caminhão! Os hóspedes tinham que abaixar a cabeça para não serem atingidos! Após longos 10 minutos avistamos o caminhão da Baiazinha, sem os hóspedes, na entrada de uma trilha. Paramos e disse para todos ficarem em silêncio! Começamos a andar em direção ao aterro! A trilha era fechada. Fomos andando em silêncio e não se via nem se ouvia nada! O final da trilha se aproximava e já conseguia ver as pessoas do outro grupo em um campo aberto, olhando pra esquerda em direção ao açude. Mas não dava pra ver nada de onde estávamos. Fomos nos aproximando lentamente. Todos olhavam na mesma direção, mas eu não conseguia ver nada... Achei que ela tinha entrado no mato. Seria uma decepção muito grande para todo mundo, depois de todo aquele trabalho... Mas foi aí que Ela se moveu! Estava na minha frente, do outro lado do açude! 20 m de distância e mesmo assim só consegui ver quando ela se moveu! A camuflagem é impressionante! Ela já sabia que estávamos ali... De vez em quando levantava a cabeça, olhava pra nós e voltava se desmanchando no chão! Eram 17:00, estava um calor infernal, mas a luz estava boa! As maquinas não paravam de disparar! As mutucas estavam incomodando muito! Ela tentava morder, espantar com o rabo, mas nada adiantava! Aí Ela se levantou, se aproximou da água e começou a beber! Entrou no açude ficando só com a cabeça de fora! Nadou um pouco, se levantou e começou a sair! Nos movemos para o outro lado do açude pois Ela estava ficando muito perto! Mesmo estando calma é melhor prevenir... Aí Ela saiu da água e entrou na floresta! Fantástico! Ficamos mais de 30 minutos observando a Onça! Inacreditável!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bicho do dia

Ouriço (Brazilian Pocupine)

Animal da ordem dos roedores. Possui hábitos arborículas e noturnos. Possui metabolismo lento, mas conta com uma proteção extremamente eficaz contra predadores: Os espinhos que se destacam facilmente de seu corpo. Se atacado se fecha em uma bola eriçando os espinhos e pode chegar a lança-los. Se o espinho penetra na carne do agressor é muito difícil de ser tirado. Ele é oco e possui um pequeno buraco na ponta e quando penetra na carne a sucção criada torna quase impossível sua remoção. Se a pante de traseira do espinho for cortada a sucção acaba e ele sai facilmente. Vai raramente ao solo, passa a maior parte do tempo nas árvores onde utiliza seu rabo preensil para se locomover entre os galhos procurando por alimento.

No Quiosque do Cristalino!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bicho do dia

Jaguatirica (Ocelot)
Foto de Edir Alves, Didi

A Jaguatirica pode chegar a 1m de comprimento mais 45 cm de cauda e pode pesar de 11 a 16Kg. É um animal de hábitos noturnos, territorial e solitário, sendo encontrado em pares somente na época do acasalamento. A Jaguatirica é uma excelente escaladora, de dia normalmente se encontra descansando em cima das árvores. É um animal oportunista de hábitos noturnos. Em sua dieta estão pequenos mamíferos (veados, coelhos, tatus e roedores), répteis (lagartos e cágados), anfíbios (sapos e pererecas) e peixes Delimitando uma área de caça de mais ou menos 18 Km². Durante o dia costumam dormir em ocos de árvores.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção pelo tráfico de animais! Sua pele tem grande valor no mercado negro e as pessoas as compram como animais de estimação. O problema é que os animais capturados sofrem maus tratos e de cada 10 animais tirados da natureza pelos traficantes 9 morrem antes de chegar ao comprador. Assim, se uma pessoa compra uma Jaguatirica, essa mesma pessoa está matando outras nove!

Avistada na Estrada da Baiazinha

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bicho do dia

Matraca (Ringed Kingfisher)
Foto de Edir Alves, Didi

Maior martim pescador encontrado no Pantanal. Possui duas maneiras de pescar: Pousado sobre um galho ou pairando no ar. Quando acha um peixe cai como uma flecha mergulhando, parcial ou totalmente, na água. Quando agarra um peixe procura um galho para pousar. Antes de engolir bate a presa várias vezes no galho para atordoa-la e também para tirar as barbatanas mais rígidas. Seu nome vem do som emitido pelo pássaro que se assemelha ao som de uma matraca. Com esse barulho delimita seu território de pesca e também avisa da presença de predadores.

Avistado na baía da Baiazinha

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bicho do dia

Garça Real (Capped Heron)

Possui características bem marcantes: Pescoço cor de creme, coroa preta, penas brancas e finas que saem da nuca pendendo para trás e bico azul. É encontrada em florestas próximas a lagos ou rios, onde procura por peixes, sapos e insetos. Utiliza uma técnica de aproximação lenta e lança seu bico velozmente em direção a presa. Normalmente solitária, mas pode ser encontrada em grupos de até 6 indivíduos. É um animal tímido e sempre voa quando se sente ameaçada, mas, diferente das outras garças, não emite gritos de alarme. Quando bota ovos, o casal se revesa no cuidado do ninho.

Avistada na Ponte do Paizinho

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bicho do dia


Gavião Fumaça/ Savanna Hawk(Heterospizias meridionalis
Encontrado em áreas abertas (campos e cerrados), alimenta-se de uma grande variedade de presas: pequenos mamíferos, aves, cobras, lagartos, rãs, sapos e grandes insetos. Na baixa das águas, apanha caranguejos. Seu nome deriva do fato de seguir os incêndios e pousar em galhos altos na frente do fogo. Também pode voar bem próximo às labaredas ficando sobre a fumaça. Então espera, observando a parte dianteira do incêndio e se alguma presa escapa das chamas, não escapa do gavião fumaça. Se não consegue pegar nada, volta para a parte já consumida pelo fogo e procura por animais mortos.
Avistada no Retiro São Domingos

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A esperança nunca morre!

Vídeo de Helder Brandão de Oliveira

Já era noite, estávamos na Piúva e a Nina (estagiária do Projeto Onça Pintada) lembrou que precisava mandar um email de última hora. Então saímos em direção a Sede, único local nas redondezas onde temos Internet. Estávamos quase chegando na ponte quando um carro se aproximou! Era o carro do Projeto Papagaio Verdadeiro. O Helder (caimaner) abriu a porta e disse: "Entra aí! Entra aí! Rápido!" Achei que ele estava muito agitado pra quem quer oferecer uma simples carona! Mas a Nina e eu entramos rapidamente. O carro estava cheio de gente! E o Vandir (Projeto Papagaio Verdadeiro) já saiu cantando pneu! Tudo estava muito estranho, pois era hora do jantar e o refeitório ficava pro outro lado! Fiquei curioso e perguntei: "O que aconteceu? Pra onde a gente vai?" e o Helder respondeu: "A Onça! Viram a Onça no açude da cordilheira do 10!" Quem havia passado o rádio avisando era o Cabelo (guia de campo), o que significava que os turistas que estavam na Baiazinha estavam vendo o bicho! Os hóspedes da Cordilheira estavam no meio do caminho e nós estávamos chegando! Todo mundo estava empolgado! na esperança que ela ficasse lá tempo suficiente pra nós chegarmos. Aí passou por nós, em sentido contrário, o zebrão com os hóspedes da Baiazinha. Isso era um mau sinal, pois eles foram os primeiros a ver e eles terem saído podia significar que Ela tinha saído também. Mas continuamos com a esperança de ver o bicho! Chegamos atrás do zebrão com os hóspedes da Cordilheira e, com hóspedes, o caminhão anda lentamente, o que só aumentava nossa expectativa! Começamos a nos aproximar do açude e o caminhão parou na nossa frente. Ficamos em um lugar onde não podíamos ver se a Onça estava lá ou não! Mas o foco do Silibim não parava em nenhum lugar, o que significava que Ela não estava lá! Aí a luz se apagou... Todos ficaram em silêncio! Sem perder a esperança. Começamos a ouvir o som do esturrador (aparelho que imita o som da Onça)! Após 3 minutos, que mais pareceram 3 horas, voltamos a ver o facho de luz do Silibim! Ficou se movendo, se movendo se movendo... Até que parou! Só podia significar uma coisa! Então, saímos do carro pisando no chão levemente para não fazer nenhum barulho! E todos tivemos uma visão maravilhosa: Duas Onças estavam deitadas na beira do açude! Era um casal! Tínhamos somente um binóculo para 7 pessoas e quando chegou a minha vez o macho já tinha ido embora! Mas a fêmea ficou lá! Isso foi meio assustador, pois estávamos a pé na beira da floresta... Se o macho se aproximasse ninguém ia perceber! Mas a visão da Onça é tão hipnotizante que todos ficaram lá, olhando pra ela! Com medo é verdade, mas ficamos lá! Olhando pra ela! Foi inacreditável! Elas ficaram lá tanto tempo que todas as pessoas que estavam hospedadas aqui conseguiram ver! E pra minha sorte eu também consegui! Fomos embora e elas continuaram lá! Fantástico!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bichos da noite

Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas , gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas. Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade. Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros. Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistadas no Açude da Cordilheira do 10

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Bicho do dia



Tatu galinha (Nine banded armadillo)
O Tatu galinha recebe esse nome devido ao fato de atacar constantemente os galinheiros em busca de ovos e as vezes dos pintinhos. Possui hábitos noturnos e normalmente é encontrado sozinho. Se alimenta pequenos vertebrados, invertebrados (principalmente formigas e cupins), frutos caídos no chão e raízes.
Essa espécie é a única capaz de inflar o intestino com o intuito cruzar as águas de um rio. Também pode prender a respiração por até 6 minutos e cruzar andando pelo fundo de rios mais estreitos. Outra peculiaridade se refere a reprodução: A fêmea sempre da a luz a quatro filhotes do mesmo sexo.
Sua carne é muito apreciada pelos caçadores e sua audição e visão são precárias. Esses fatos facilitam a caça, um dos fatos que contribui para a diminuição do número de indivíduos desta espécie (mesmo com a proibição da caça).

Avistado na estrada da Cordilheira

sábado, 27 de setembro de 2008

Bicho do dia

Murucututu (Spectacled Owl)

Possui um canto grave e longo que é interpretado como Murucututu dando origem ao seu nome. É uma coruja grande, pode chegar a medir 46 cm e pesar 850 g. Possui hábitos noturnos sendo muito silenciosa quando voa, porque possui penas modificadas que abafam o som das batidas das asas. Se alimenta de mamíferos de pequeno e médio porte, aves, pequenas lagartas e pode capturar caranguejos. Espera pousada em um galho, voa silenciosamente e pega suas presas sobre o solo ou nas árvores. Durante o dia, dorme pousada em árvores densas no interior da mata.
Avistada na trilha dos Queixadas

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um é pouco. Dois é bom! Três nunca é demais!

Era um dia comum, o sol estava de rachar. Estávamos fazendo Caiman tour e havíamos acabado de chamar os jacarés. Todos estavam meio apreensivos porque os bichos estavam meio agitados. Foi aí que passou voando em cima de nossas cabeças um Macaco Prego! Caiu na Bocaiúva que estava do nosso lado. Nesse momento os hóspedes esqueceram dos jacarés e começaram a olhar pro alto! Vários macacos Seguiram o primeiro dando saltos enormes por cima de nós! Foi incrível! Tirando o fato do Juarez e eu ficarmos o tempo todo segurando os jacarés para não atacarem os hóspedes, foi incrível! Depois desse show voltamos ao caiman tour e em seguida fomos para a pousada almoçar. De tarde não vimos muita coisa, no entanto o por do sol visto da Canoa foi lindo. Mas foi a noite que as coisas começaram a esfriar! O que significa que os Tamanduás iriam sair em busca de comida. Então saímos em busca deles na focagem! Fizemos o circuito da sede e quando estávamos chegando próximos a vila um Tamanduá Bandeira apareceu do lado do caminhão! Paramos e os flashs começaram a disparar! Foi então que uma hóspede disse: "Tem algo se mexendo ali na frente!" Tirei o foco do Tamanduá e coloquei a luz bem em frente ao caminhão! E nos deparamos com outro Tamanduá Bandeira gigante estava lá! Aí fui mudar o foco para o outro Tamanduá e no meio do caminho... Apareceu uma fêmea com o filhote nas costas! Os bichos estavam tão perto que se abríssemos a porta do caminhão a porta bateria em um deles! E deu pra perceber que a visão e a audição deles são péssimas! Nenhum notou a presença do outro e nem a nossa! Melhor pra nós que tivemos o privilégio de vê-los tão de perto!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bichos do dia

Macaco Prego (Brown Capuchin)

Animal de hábitos diurnos, normalmente encontrado em árvores, mas de vez em qundo desce ao chão para buscar água, comida, ou para andar de uma árvore a outra onde o pulo seria impossível de se realizar. Normalmente é encontrado em grupos de até 20 indivíduos sempre liderado por um macho alfa (o maior e mais forte), mas podem ser encontrados sozinhos.
Uma característica marcante dessa espécie é o uso de ferramentas: Quando um macac0 prego pega uma semente, procura uma pedra grande e plana, colca a semente na pedra e com uma pedra menor martela a semente até que ela se abra. Além de sementes ele se alimenta de frutos, flores, insetos, lagartos, sapos entre outras coisas.
O grupo segue uma hierarquia: sempre o macho alfa anda no meio do grupo ficando protegido contra predadores, fêmeas batedoras andam na linha frente enaquanto o resto do grupo vem atrás. Assim, o macho alfa e as fêmeas da linha de frente comem primeiro enquanto os outros devem esperar.

Avistados na ponte do paizinho pulando por cima de nossas cabeças

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bicho do dia

Pica pau de topete vermelho fêmea (Female Crimson Crested woodpecker)


Pica pau de topete vermelho macho (Male Crimson Crested woodpecker)

Mede mais ou menos 31 cm e é caracterizado pelo topete vermelho, e um "V" branco nas costas pretas. Pica Paus são animais solitários, podendo andar juntos na época de acasalamento e possuem um vôo caracterísco: batem as asas rapidamente e depois param fazendo uma trajetória ondulada. Se alimentam de larvas, sobretudo de besouros. Batem no tronco até localizarem um som oco. Então começa a martelar com a cabeça tirando lascas da madeira até chegar na cavidade, aí coloca sua língua pegajosa e afiada tentando capturar sua presa. Também comem formigas e seus ovos, cupins e frutas como mamão e laranja. No período reprodutivo o casal elabora uma cavidade na face voltada para o solo da árvore para se protegerem da chuva e de predadores. A entrada tem o tamanho exato para passar o Pica pau. São muito importantes para outras aves que não conseguem fazer tocas em árvores, utilizando os buracos feito pelo Pica pau. Os maiores beneficiados são: periquitos, papagaios, araras, araçaris, pequenos mamíferos, répteis e anfíbios.

Avistados na RPPN Dona Araci

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Bicho da noite


Paca (Paca)

Animal de médio porte podendo chegar a 60cm de comprimento. Habitam florestas tropicais permanecendo perto de rios ou riachos sendo excelentes nadadoras. Sempre que estão em perigo fogem para a água. Sua toca tem várias saídas de emergência bem escondidas por folhas possibilitando escapar de predadores. Pertence a família dos roedores se alimenta de folhas, raízes e frutos caídos no chão inteira em busca de alimento. Elas comem folhas, raízes e frutos caídos no chão. É um animal muito caçado pelos fazendeiros, não apenas porque causa grande prejuízo às plantações de cana-de-açúcar, mas porque sua carne é muito apreciada.

Avistada próxima a Ponte do Paizinho




sábado, 30 de agosto de 2008

Uma é bom duas é ótimo!

Onça (Jaguar)
Foto de Leo Lobato, Mineirinho

Mais um pacote na Baiazinha começava e já havia preparado o cronograma inteirinho quando encontrei com o Eder (Caimaner) dizendo que a festa de despedida dele seria no dia seguinte. Resolvi mudar cronograma para o Didi ir na festa. No primeiro dia fizemos arredores e vimos bastante coisa como sempre, mas nada de extraordinário para nós que vivemos aqui e fazemos isso todos os dias. No segundo dia começamos com o Caiman tour e aí vimos muitos pássaros antes de chegar a ponte do paizinho! Eu vi 2 Lifers! (animal visto pela primeira vez): Choca barrada e João bobo. Um hóspede até comentou brincando: "Esse foi o melhor Caiman tour que já fiz!." porque vimos muita coisa antes de parar para os jacarés. No caminho uma hóspede comentou "eu vi um gato grande cruzando a estrada!" perguntei aonde e ela disse: "já passou..." Era a Jaguatirica! e a mulher não avisou ninguém! Só ela viu! Fiquei com raiva na hora, porque criou uma falsa expectativa que acabou frustando todo mundo! No almoço só se falava de felinos... Todos querendo ver uma Jaguatirica e a Onça... Eu só dizia: "Felinos são muito difíceis, mas vocês têm que ter fé!". Saímos para o circuito e vimos muita coisa bacana até chegar na Cordilheira. Iríamos voltar focando, mas antes de sair comentei com o Didi: "prepara a sua câmera que a gente vai ver uma Onça hoje." Logo na saída, antes de ligar o caminhão já avistamos um grupo de veados campeiros... Mas o melhor ainda estava por vir: Ao chegar na Cordilheira do 11 tinha um bicho deitado no chão que achamos que fosse um bezerro, mas chegando mais perto o bicho sentou! Bezerros não sentam daquela maneira... O caminhão parou! Perguntei pro Didi porque não conseguia acreditar: "É ela?" O Didi disse: "É ela!" Então nós dois falamos juntos: "Jaguar!" Todos os hóspedes se amontoaram na frente do Zebrão pra ver a Onça! Ela olhou pra gente e cruzou a estrada! Foi muito bacana, mas ainda não havia acabado... Logo atrás veio a segunda Onça! Pararam na beira da floresta, olharam pra nós e se foram! Fantástico! Duas Onças cruzando o nosso caminho! Virei pros hóspedes dizendo: "Muitas pessoas vêm ao Pantanal pra ver a Onça, mas a maioria delas vai embora sem ter esse privilégio! Depois de ver a Onça o Pantanal tem um outro significado e fico feliz que vocês tenham tido essa experiência essa noite!" Virei e comprimentei o Didi pela terceira e pela quarta Onça que eu vi no Pantanal! Sem palavras!



Bichos da noite

Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas , gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros. Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistadas na Cordilheira do 11

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Bicho do dia

Lontra (Neotropical Otter)

Animal de médio porte, pode chegar a medir 1,20 m com a cauda. A lontra é carnívora e se alimenta de peixes, répteis e, ocasionalmente de aves e mamíferos. Normalmente pega a presa e come do lado de fora do rio. Tem hábitos crepusculares e noturnos preferindo passar o dia dormindo entre pedras e ocos de árvores próximos aos rios. É um animal adaptado à vida aquática: possui corpo hidrodinâmico, pelagem com duas camadas (a externa é impermeável e a interna funciona como isolante térmico). Os olhos as orelhas e o focinho se localizam no topo da cabeça permitindo o animal ficar submergido totalmente na água deixando pra fora só as partes essenciais para a vida.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a perda de habitat e pelo alto valor de sua pele que é utilizada na confecção de casacos ou para guarnecer vestidos ou chapéus.

Avistada no passeio de Voadeira no rio Aquidauana

sábado, 23 de agosto de 2008

Bicho da noite

Jaguatirica (Ocelot)
Foto de Edir Alves, Didi

A Jaguatirica pode chegar a 1m de comprimento mais 45 cm de cauda e pode pesar de 11 a 16Kg. É um animal de hábitos noturnos, territorial e solitário, sendo encontrado em pares somente na época do acasalamento. A Jaguatirica é uma excelente escaladora e de dia normalmente se encontra descansando em cima das árvores. Sai para caçar à noite procurando por pequenos mamíferos (veados, coelhos, tatus e roedores), répteis (lagartos e cágados), anfíbios (sapos e pererecas) e peixes em um território de mais ou menos 18 Km²
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção pelo tráfico de animais! Sua pela tem grande valor no mercado negro e as pessoas as compram como animais de estimação. O problema é que os animais capturados sofrem maus tratos e de cada 10 animais tirados da natureza pelos traficantes 9 morrem antes de chegar ao comprador. Assim, se uma pessoa compra uma Jaguatirica, essa mesma pessoa está matando outras nove!

Avistada na Ponte do Paizinho

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O dia só acaba quando termina

Onça (Jaguar) Foto de Leo Lobato
Mais um pacote na Baiazinha! Os hóspedes foram chegando de pouquinho em pouquinho e deu pra perceber que todo mundo era muito bacana! No primeiro dia fizemos arredores e vimos muitas, mas muitas aves! Todos ficaram contentes... À noite fiz a apresentação de slides e depois jantamos. No dia seguinte fizemos Caiman Tour e no meio do caminho um Jaguarundi Passou como um raio na nossa frente! Fiquei paralisado! Foi incrível! Quase não consegui falar com os hóspedes!Depois fomos à ponte do Paizinho e todos ficaram impressionados com os jacarés. No entanto, a trilha que fizemos a tarde foi muito fraca. Não vimos nada! A noite saímos para o Safári e vimos o Tamanduá Bandeira e um show dado pelo Tamanduá Mirim que escalou a árvore, procurou por cupins, comeu e se coçou na nossa frente, estava a uns 2 m. Foi fantástico! Na manhã seguinte fizemos cavalo e o passeio foi ótimo! No final ainda vimos dois Cervos do Pantanal bem de perto! Aí veio o Safári, normalmente é o passeio que nós vemos mais animais... Mas estava muito quente! O Carlinhos e eu conversamos e decidimos mudar o caminho, passar na Sede, parar por alguns minutos e esperar ficar um pouco mais fresco. Não adiantou muito, o dia estava absurdamente quente! Não vimos nenhum mamífero no caminho pra Cordilheira e vimos poucos pássaros. Ao chegar a Cordilheira comentei com a Daiane: "Foi o pior Safári que eu já fiz! Não vimos nada! Só uma Onça salva esse dia!" Então saímos da cordilheira e os mamíferos começaram a aparecer. Primeiro vimos um Veado Catingueiro junto de dois lobinhos, aí uma Cutia passou correndo... Já estava ficando escuro então liguei o Silibim. E foi aí que aconteceu: Depois que o Zebrão fez a curva vi dois olhos grandes e azuis brilhando a 15 m de distância! Era ela! Estava sentada olhando para nós! Parei o caminhão e não conseguia acreditar! Era ela! A Onça! Todos ficaram em silêncio e se dirigiram para frente do caminhão para observá-la! Ela Se deitou, olhou para nós novamente, se levantou, andou um pouco, sentou de novo e saiu em direção a floresta! Ficou conosco por uns cinco minutos! Foi Incrível! Maravilhoso! Indescritível! É impressionante como esse animal tem o poder de mudar a viagem de qualquer pessoa que vem ao Pantanal! Ao chegarmos a Baiazinha fiz meu discurso final: "O Pantanal é muito mais do que a Onça! Mas após ver esse animal, esse lugar fica com um significado diferente! E somente aqueles que vêem a Onça sabem como é maravilhoso! É uma sensação impossível de explicar. E eu fico muito feliz que vocês tenham experimentado essa sensação hoje à noite, porque todos vocês são ótimos! Muito obrigado! Foi Incrível!”. O Pantanal é assim: o dia só acaba quando termina.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Bicho do dia

Irara (Tayra)

A Irara pertence a família dos mustelídeos. Pode chegar a 60 cm de comprimento sem contar a calda. É conhecida como papa mel porque esse é um de seus alimentos favoritos. Nos países de língua espanhola é conhecida como cabeça de velho pelo fato de possuir uma cabeça acinzentada e uma orelha que lembra a orelha de um ser humano. É um animal adaptado para escalar árvores já que as articulações das patas traseiras podem virar completamente permitindo o animal descer com a cabeça voltada para baixo. São ativas durante o dia e a noite. Adoram mel e frutas, mas sua dieta é basicamente composta por pequenos vertebrados como ratos esquilos, aves e cutias.

Avistada na estrada da Baiazinha cruzando a frente do zebrão como um raio!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Bonito é bonito mesmo!


Depois de trabalhar os 3 períodos por 6 semanas ininterruptas estava mais do que na hora de tirar uma folguinha! E o lugar não poderia ter sido melhor: Bonito! Chegamos na quinta à noite, O Joe, o Leo e eu. Deixamos nossas coisas na pousada da Edu comemos e fomos procurar o pessoal da Ygarapé Tour que nos atenderam muito, mas muito, bem (Se precisarem de uma agência em Bonito recomendo a Ygarapé: http://www.ygarape.com.br/)! As meninas foram fantásticas! Todas elas: Renata, Drieli, Juliana e Tilene. Sempre atenciosas e muito simpáticas. Indicaram os melhores passeios para o nosso perfil e nos deram uma ótima impressão sobre o local. No primeiro dia fomos fazer o passeio no Rio Sucuri, o rio mais cristalino do Brasil! Ficamos na expectativa de ver uma Sucuri, mas ela não apareceu... Mas seria somente um detalhe porque o passeio foi incrível! A água é tão transparente que a sensação é de estar voando ao lado dos peixes! E na volta ainda avistamos um urubu rei. Em 3 meses de Caiman ainda não vi nenhum por aqui. À noite comemos Jacaré a dorê no Tapera, um dos melhores restaurantes de lá! Estava uma delícia! Tem textura de frango e gosto de peixe! Vale a pena experimentar.
No dia seguinte visitamos o Rio da Prata e foi indescritível! Antes do passeio falamos com o nosso guia, o Brasa, sobre a possibilidade de vermos a Sucuri. Ele respondeu que a equipe do Lawrence Waba ficou uma semana procurando a cobra e só achou no último dia de filmagens. Então o Joe disse que ele queria muito ver uma Sucuri, mais até do que a Onça Pintada! Então eu disse: "Vamos ver uma Sucuri hoje! Quantos metros de comprimento?" ele respondeu que queria uns 4m! Saímos, e cardumes de Pacu, Dourados, Piraputangas e muitos outros peixes flutuavam ao nosso lado! Passamos por nascentes e diferentes paisagens subaquáticas até que no meio do caminho o Brasa gritou: "Sucuri!" Estava do nosso lado! Apenas a 2 m de distância! Nadando conosco! Devia ter uns 4,5 m! Foi Fantástico! Maravilhoso! Único! Indescritível! Voltamos para um almoço muito gostoso e fomos para o Buraco das Araras! Lá o seu Modesto nos mostrou o local. Uma enorme cratera onde várias Araras Vermelhas fazem seus ninhos! O Leo e o Joe tiraram fotos muito boas e eu avistei pela primeira vez na natureza uma Arara Canindé! Já em Bonito jantamos na Casa do João, um restaurante muito bacana que serve uma excelente traíra sem espinho. Depois fomos curtir a balada no etílico!
Terceiro dia começou e fomos para a Boca da Onça fazer uma trilha com paradas para banho em lagos cristalinos e chegada em uma cachoeira de 156m onde às águas esculpiram a cabeça de uma onça nas pedras bem no meio da queda d'água! Foi muito bacana! Voltamos para Bonito comemos um sanduba, tomamos umas cervejas com o pessoal que conhecemos por lá e fomos dormir.
Dia de ir embora: Arrumamos as coisas, passamos na Ygarapé pra agradecer todo o esforço das meninas que fizeram nossa viagem inesquecível! Almoçamos e voltamos para a Caiman muito satisfeitos! Prontos pra começar mais uma semana de trabalho.


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bicho do dia


Onça (Jaguar)

Animal símbolo da fauna brasileira. É o maior felino das américas podendo chegar a 2,10 m de comprimento e pesar 115 Kg. Como é exclusivamente carnívora precisa comer pelo menos 2 Kg por dia, o que determina um território de caça de 25 a 80 Km² possibilitando capturar uma grande variedade de presas. É uma excelente caçadora de emboscada. Suas patas curtas não a permite fazer longas corridas, mas são dotadas de uma força gigantesca necessária para domar animais de mais de 300 Kg. Se alimenta de antas, capivaras, porcos monteiros, jacarés, tartarugas , gado e mais uma grande variedade de presas menores. A Onça possui um papel muito importante no ecossistema na medida em que seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Enquanto os outros felinos possuem uma técnica de caça com mordida profunda no pescoço seguida de sufocamento, a Onça possui uma maneira única de caçar: crava os caninos na cabeça da presa perfurando o cranio da vítma chegando até o cérebro. Possui a mordida mais poderosa entre todos os felinos podendo quebrar cascos de tartarugas com facilidade.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção devido a caça pela pele, a destruição de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e envenenamento por fazendeiros. Ver esse animal na natureza é uma experiência única e eu espero que muitas pessoas possam ter esse privilégio.

Avistada na Vazante do IV do Retiro Novo! No passeio a cavalo! De dia! Brincando com um Tamanduá Mirim! Inacreditável!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

É o Bicho!

Onça/ Jaguar
(Panthera onca)
Foto de Fábio Paschoal

Faz exatamente três meses que estou na Caiman. Até agora vários hóspedes já passaram por aqui e viram a Onça e eu continuo sem ver nada. Teve uma vez que foi inacreditável! Os hóspedes ficaram na Sede e nós fizemos o pacote regular. Porém, no último dia, como eles queriam conhecer as outras duas pousadas resolvi inovar e inventei um passeio de bicicleta até a Baiazinha. Eram sete hóspedes mais eu e o Juarez. Então fomos eu o Marcão e o Beto de Bike, a Dani, Betina e as crianças no carro do Marcão dirigido pelo Juarez. Voltamos para a Sede e todos foram de carro até a Cordilheira. Como havia muita gente resolvi não ir pra deixar mais espaço pra eles. Quando voltaram o Marcão já veio me zoando: “Oh Fabião! Você da muito azar cara! Foi só a gente fazer um passeio sem você que a gente viu a Onça!” E olha que nós já tínhamos visto muitos mamíferos, inclusive duas jaguatiricas! Fiquei feliz por eles pois eles eram muito legais, mas me deu uma certa inveja por não ter visto a Onça também! Aí fui guiar na Cordilheira. No primeiro dia fizemos cavalo na Sede. Uma hóspede estava grávida e pediu pra voltar pra Pousada antes da gente. Na volta ela viu duas onças! Já era demais! Parecia que era só um hóspede fazer um passeio sem mim que a probabilidade dele ver a Onça aumentava. Então veio o segundo pacote na Cordilheira. Era um grupo com gente muito bacana, fizemos a trilha do Jabuti e depois a apresentação de slides e todos adoraram. Só que os slides são meio ingratos pois mostram fotos de vários animais difíceis de se ver. Assim, no dia seguinte, durante o passeio a cavalo todos perguntavam que bicho iríamos ver. Respondi :"o cavalo está ligado a estresse aqui no Pantanal. Como os peões fazem muito barulho quando estão lidando com o gado quando os animais avistam o cavalo eles normalmente fogem." Havíamos acabado de entrar em uma vazante muito bonita, cheia de colhereiros. Aí me perguntaram se a gente ia ver a Onça... "Felinos são sempre difíceis de serem avistados, especialmente de dia. Mas..." Então disse a frase que mais repito para os hóspedes aqui no Pantanal: “Você tem que ter fé!”. Nesse momento o Lico disse: “Onça!” Não conseguia acreditar! Meu coração começou a bater mais rápido! Era ela! O bicho mais esperados por todos! E por mim também! A Onça Pintada! Depois de três meses exatos ela apareceu! Estava meio longe e parecia ser uma mãe com o filhote. Fiz sinal para todos os hóspedes fazerem silêncio e fui pra frente do grupo. Eu e o Lico começamos a andar devagar chegando cada vez mais perto! Ninguém fazia barulho! Paramos em uma distância segura e deu pra ver que era uma Onça Gigante! Mas não era um filhote que a acompanhava... Era um Tamanduá Mirim! A Onça abraçou o Mirim e soltou! Aí esperou deitada enquanto o Mirinzinho saiu desesperado, sempre olhando para trás! Aí a Onça se moveu e o Mirim se levantou e abriu os braços mostrando suas garras para a Onça! A Onça nem tomou conhecimento... Abraçou o Mirim novamente! Fez isso umas duas vezes e depois largou o tamanduá! Ela estava brincando com ele! Então o Mirim entrou na floresta enquanto a Onça deitou no aberto... De repente Ela olhou para nós! E meio com um ar de deboche olhou para outra direção... Depois se levantou, olhou pra nós novamente e sumiu na mata sem fazer nenhum barulho! Foi Fantástico! Maravilhoso! Único! Indescritível! A Onça realmente é o Bicho!