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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Altiplano boliviano: as quatro estações em um único dia

Deserto após a chuva, no altiplano boliviano - Foto: Fábio Paschoal
Capítulo 5 da série: Bolívia, onde as montanhas tocam as nuvens

Montanhas, planícies, lagoas, desertos, frio, calor, chuva, neve e sol. A estrada que percorre o altiplano boliviano é inacreditável! É como visitar diferentes países em diferentes épocas do ano num único dia.

Saímos de San Pedro de Quemez, onde vimos ruínas de Pueblo Queimado, uma pequena cidade queimada pelas tropas chilenas que invadiram a Bolívia durante a Guerra do Pacífico em 1879. No final do conflito os bolivianos perderam a província de Antofagasta e ficaram sem saída para mar. Até hoje existe uma rixa entre os dois países, e a Bolívia deseja recuperar o acesso para o oceano Pacífico.

As ruínas de Pueblo Queimado - Foto: Fábio Paschoal

Cactus gigante - Foto: Fábio Paschoal
Paramos a viagem para almoçar ao lado do vulcão Ollague, que fica na fronteira entre a Bolívia e o Chile (nosso próximo destino). Francisco, nosso guia, preparou arroz, bife a milanesa e ervilhas. Procuramos abrigo contra o frio atrás de rochas avermelhadas, com formatos estranhos esculpidos pelo vento e pelas chuvas. Mas não teve muito jeito... a refeição esfriou num piscar de olhos.

Francisco, Carol, Leo e eu. Ao fundo o vulcão Ollague
Seguimos  viagem em direção à Laguna Cañapa, um lugar de águas de diferentes tonalidades. O branco passa para o verde que se transforma em azul. Tudo depende da posição em que a luz incide na lagoa. É só mexer a cabeça para ver a dança das cores. Vicunhas pastam nas margens e cuidam de seus filhotes enquanto passarinhos quebram o silêncio voando de um lado para o outro. O rosa dos flamingos deixa o cenário ainda mais bonito.

Laguna Cañapa - Foto: Fábio Paschoal


Flamingos na Laguna Hedionda - Foto: Fábio Paschoal
Passamos ainda pelas lagunas Hedionda, Chiarkota, Honda e Ramaditas, antes da paisagem mudar completamente: entramos por montanhas repletas de rochas avermelhadas, de diferentes formatos, amontoadas ao lado da estrada (habitat ideal para Viscachas, um roedor que parece uma mistura de chinchila com coelho).

Subimos até 4600 metros e chegamos ao nosso destino: o Hotel Tayka del Desierto, no meio do Deserto de Siloli. Tomamos um chá, jantamos próximos à lareira e seguimos para debaixo das cobertas para enfrentar um frio de - 2°C. Foi um dia espetacular

Vicunha com filhote - Foto: Fábio Paschoal

Deserto de Siloli - Foto: Fábio Paschoal