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domingo, 19 de outubro de 2008

Bicho do dia

Ariranha (Giant Otter)

A maior representante da família dos mustelídeos podendo chegar a 2m de comprimento e pesar até 30 Kg! Quando adultas comem de 6 a 10 Kg de peixes, principalmente piranhas, para se alimentarem. Podem comer ocasionalmente cobras, pequenos jacarés e filhotes de pássaros. De vez em quando caçam sucuris, e quando isso acontece atacam em grupos tentando subjugar a presa. São animais sociais e podem ser encontrados em grupos de 2 a 12 indivíduos, mas quando caçam normalmente não utilizam uma estratégia... Cada indivíduo pega e come seu próprio peixe, mas a mãe e o pai apanham peixes para os filhotes menos experientes. Quando se reproduzem a fêmea da a luz a 2 a 4 filhotes que permanecem com o grupo por 2 a 5 anos. Quando as lontras são jovens elas ajudam nos cuidados com os filhotes (protegem os menores contra ataques de jacarés). São animais extremamente territorialistas e defendem seu território agressivamente: nadam em direção ao invasor tirando o corpo para fora até mais ou menos a metade fazendo um barulho bem característico!

Avistada no rio Cristalino


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Chegou a hora da Onça beber água

Estava na Cordilheira, havia acabado de me despedir dos hóspedes e esperava pelos hóspedes do novo pacote. Estava bem cansado porque tinha guiado uma hóspede meio exigente que sempre estava atrasada, queria acordar sempre mais tarde, jogava cigarros no chão... Enfim, aquele tipo de pessoa que vem pro Pantanal só pra dizer que veio, mas na verdade não gosta de vida selvagem. Então chegaram os novos hóspedes, um grupo do zoológico de Saint Louis. Todos muito simpáticos e interessados, o tipo de grupo que qualquer guia gosta de pegar. Fizemos o Check in e saímos para uma trilha próxima a pousada... Havíamos acabado de sair e estávamos vendo um casal de Araras quando o Ferpa (guia de campo) chamou no rádio: "Fábio! Fábio! Tá na escuta Fábio?!" o rádio estava com o Cabelo (guia de campo) que respondeu: "Positivo! Na escuta!" "Cabelo, a gente tá aqui no aterro e tem uma Onça deitada na frente do açude!" Olhei pro Cabelo na hora e disse: "Vamos lá!" virei pros hóspedes e disse: "Gente! Tem uma Onça próximo daqui! Nós vamos pegar o caminhão e ir até onde ela se encontra! Se formos rápido temos grande chance de vê-la!" Aí saímos todos correndo para o caminhão! O Cabelo fechou a porta e acelerou! A estrada era estreita e os galhos passavam raspando no caminhão! Os hóspedes tinham que abaixar a cabeça para não serem atingidos! Após longos 10 minutos avistamos o caminhão da Baiazinha, sem os hóspedes, na entrada de uma trilha. Paramos e disse para todos ficarem em silêncio! Começamos a andar em direção ao aterro! A trilha era fechada. Fomos andando em silêncio e não se via nem se ouvia nada! O final da trilha se aproximava e já conseguia ver as pessoas do outro grupo em um campo aberto, olhando pra esquerda em direção ao açude. Mas não dava pra ver nada de onde estávamos. Fomos nos aproximando lentamente. Todos olhavam na mesma direção, mas eu não conseguia ver nada... Achei que ela tinha entrado no mato. Seria uma decepção muito grande para todo mundo, depois de todo aquele trabalho... Mas foi aí que Ela se moveu! Estava na minha frente, do outro lado do açude! 20 m de distância e mesmo assim só consegui ver quando ela se moveu! A camuflagem é impressionante! Ela já sabia que estávamos ali... De vez em quando levantava a cabeça, olhava pra nós e voltava se desmanchando no chão! Eram 17:00, estava um calor infernal, mas a luz estava boa! As maquinas não paravam de disparar! As mutucas estavam incomodando muito! Ela tentava morder, espantar com o rabo, mas nada adiantava! Aí Ela se levantou, se aproximou da água e começou a beber! Entrou no açude ficando só com a cabeça de fora! Nadou um pouco, se levantou e começou a sair! Nos movemos para o outro lado do açude pois Ela estava ficando muito perto! Mesmo estando calma é melhor prevenir... Aí Ela saiu da água e entrou na floresta! Fantástico! Ficamos mais de 30 minutos observando a Onça! Inacreditável!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bicho do dia

Ouriço (Brazilian Pocupine)

Animal da ordem dos roedores. Possui hábitos arborículas e noturnos. Possui metabolismo lento, mas conta com uma proteção extremamente eficaz contra predadores: Os espinhos que se destacam facilmente de seu corpo. Se atacado se fecha em uma bola eriçando os espinhos e pode chegar a lança-los. Se o espinho penetra na carne do agressor é muito difícil de ser tirado. Ele é oco e possui um pequeno buraco na ponta e quando penetra na carne a sucção criada torna quase impossível sua remoção. Se a pante de traseira do espinho for cortada a sucção acaba e ele sai facilmente. Vai raramente ao solo, passa a maior parte do tempo nas árvores onde utiliza seu rabo preensil para se locomover entre os galhos procurando por alimento.

No Quiosque do Cristalino!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bicho do dia

Jaguatirica (Ocelot)
Foto de Edir Alves, Didi

A Jaguatirica pode chegar a 1m de comprimento mais 45 cm de cauda e pode pesar de 11 a 16Kg. É um animal de hábitos noturnos, territorial e solitário, sendo encontrado em pares somente na época do acasalamento. A Jaguatirica é uma excelente escaladora, de dia normalmente se encontra descansando em cima das árvores. É um animal oportunista de hábitos noturnos. Em sua dieta estão pequenos mamíferos (veados, coelhos, tatus e roedores), répteis (lagartos e cágados), anfíbios (sapos e pererecas) e peixes Delimitando uma área de caça de mais ou menos 18 Km². Durante o dia costumam dormir em ocos de árvores.
Infelizmente é um animal ameaçado de extinção pelo tráfico de animais! Sua pele tem grande valor no mercado negro e as pessoas as compram como animais de estimação. O problema é que os animais capturados sofrem maus tratos e de cada 10 animais tirados da natureza pelos traficantes 9 morrem antes de chegar ao comprador. Assim, se uma pessoa compra uma Jaguatirica, essa mesma pessoa está matando outras nove!

Avistada na Estrada da Baiazinha

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bicho do dia

Matraca (Ringed Kingfisher)
Foto de Edir Alves, Didi

Maior martim pescador encontrado no Pantanal. Possui duas maneiras de pescar: Pousado sobre um galho ou pairando no ar. Quando acha um peixe cai como uma flecha mergulhando, parcial ou totalmente, na água. Quando agarra um peixe procura um galho para pousar. Antes de engolir bate a presa várias vezes no galho para atordoa-la e também para tirar as barbatanas mais rígidas. Seu nome vem do som emitido pelo pássaro que se assemelha ao som de uma matraca. Com esse barulho delimita seu território de pesca e também avisa da presença de predadores.

Avistado na baía da Baiazinha

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bicho do dia

Garça Real (Capped Heron)

Possui características bem marcantes: Pescoço cor de creme, coroa preta, penas brancas e finas que saem da nuca pendendo para trás e bico azul. É encontrada em florestas próximas a lagos ou rios, onde procura por peixes, sapos e insetos. Utiliza uma técnica de aproximação lenta e lança seu bico velozmente em direção a presa. Normalmente solitária, mas pode ser encontrada em grupos de até 6 indivíduos. É um animal tímido e sempre voa quando se sente ameaçada, mas, diferente das outras garças, não emite gritos de alarme. Quando bota ovos, o casal se revesa no cuidado do ninho.

Avistada na Ponte do Paizinho

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bicho do dia


Gavião Fumaça/ Savanna Hawk(Heterospizias meridionalis
Encontrado em áreas abertas (campos e cerrados), alimenta-se de uma grande variedade de presas: pequenos mamíferos, aves, cobras, lagartos, rãs, sapos e grandes insetos. Na baixa das águas, apanha caranguejos. Seu nome deriva do fato de seguir os incêndios e pousar em galhos altos na frente do fogo. Também pode voar bem próximo às labaredas ficando sobre a fumaça. Então espera, observando a parte dianteira do incêndio e se alguma presa escapa das chamas, não escapa do gavião fumaça. Se não consegue pegar nada, volta para a parte já consumida pelo fogo e procura por animais mortos.
Avistada no Retiro São Domingos

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A esperança nunca morre!

Vídeo de Helder Brandão de Oliveira

Já era noite, estávamos na Piúva e a Nina (estagiária do Projeto Onça Pintada) lembrou que precisava mandar um email de última hora. Então saímos em direção a Sede, único local nas redondezas onde temos Internet. Estávamos quase chegando na ponte quando um carro se aproximou! Era o carro do Projeto Papagaio Verdadeiro. O Helder (caimaner) abriu a porta e disse: "Entra aí! Entra aí! Rápido!" Achei que ele estava muito agitado pra quem quer oferecer uma simples carona! Mas a Nina e eu entramos rapidamente. O carro estava cheio de gente! E o Vandir (Projeto Papagaio Verdadeiro) já saiu cantando pneu! Tudo estava muito estranho, pois era hora do jantar e o refeitório ficava pro outro lado! Fiquei curioso e perguntei: "O que aconteceu? Pra onde a gente vai?" e o Helder respondeu: "A Onça! Viram a Onça no açude da cordilheira do 10!" Quem havia passado o rádio avisando era o Cabelo (guia de campo), o que significava que os turistas que estavam na Baiazinha estavam vendo o bicho! Os hóspedes da Cordilheira estavam no meio do caminho e nós estávamos chegando! Todo mundo estava empolgado! na esperança que ela ficasse lá tempo suficiente pra nós chegarmos. Aí passou por nós, em sentido contrário, o zebrão com os hóspedes da Baiazinha. Isso era um mau sinal, pois eles foram os primeiros a ver e eles terem saído podia significar que Ela tinha saído também. Mas continuamos com a esperança de ver o bicho! Chegamos atrás do zebrão com os hóspedes da Cordilheira e, com hóspedes, o caminhão anda lentamente, o que só aumentava nossa expectativa! Começamos a nos aproximar do açude e o caminhão parou na nossa frente. Ficamos em um lugar onde não podíamos ver se a Onça estava lá ou não! Mas o foco do Silibim não parava em nenhum lugar, o que significava que Ela não estava lá! Aí a luz se apagou... Todos ficaram em silêncio! Sem perder a esperança. Começamos a ouvir o som do esturrador (aparelho que imita o som da Onça)! Após 3 minutos, que mais pareceram 3 horas, voltamos a ver o facho de luz do Silibim! Ficou se movendo, se movendo se movendo... Até que parou! Só podia significar uma coisa! Então, saímos do carro pisando no chão levemente para não fazer nenhum barulho! E todos tivemos uma visão maravilhosa: Duas Onças estavam deitadas na beira do açude! Era um casal! Tínhamos somente um binóculo para 7 pessoas e quando chegou a minha vez o macho já tinha ido embora! Mas a fêmea ficou lá! Isso foi meio assustador, pois estávamos a pé na beira da floresta... Se o macho se aproximasse ninguém ia perceber! Mas a visão da Onça é tão hipnotizante que todos ficaram lá, olhando pra ela! Com medo é verdade, mas ficamos lá! Olhando pra ela! Foi inacreditável! Elas ficaram lá tanto tempo que todas as pessoas que estavam hospedadas aqui conseguiram ver! E pra minha sorte eu também consegui! Fomos embora e elas continuaram lá! Fantástico!