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sábado, 27 de abril de 2013

Salar de Uyuni: onde a Terra encontra o Céu

Salar de Uyuni, o encontro da Terra com o Céu - Foto: Fábio Paschoal
Capítulo 4 da série: Bolívia, onde as montanhas tocam as nuvens

Segundo a lenda, Tunupa, filha do Deus Wiracocha, deu à luz a um menino precoce. O parto foi complicado. Tunapa teve uma hemorragia tão grande que formou o lago Poopó. A criança não resistiu e acabou morrendo. O leite acumulado nos seios da mãe desolada vazou e, junto com suas lágrimas, deu origem ao Salar de Uyuni.


Entrandono Salar de Uyuni - Foto: Fábio Paschoal

O carro parou! Estávamos em uma parte mais elevada do Salar de Uyuni observando a fina camada de água sobre o tapete infinito de sal. O efeito produzido é impressionante. Quando o vento para e a água acalma, fica difícil dizer onde a Terra acaba e o Céu começa. 

Parte mais elevada do Salar de Uyuni - Foto: Fábio Paschoal
Andando nas nuvens - Foto: Carolina Mitsuka
Francisco, nosso guia, deu a partida e começamos nossa viagem pelo maior deserto de sal do mundo. O sal está por tudos os lados e é parte essencial da vida das pessoas que moram por aqui. O sustendo das famílias, a matéria-prima para a construção de casas e artesanato, o tempero para a comida... tudo gira em torno dele.

Os montes são feitos por trabalhadores. O sal é carregados em caminhões e levado para fora do Uyuni - Foto: Fábio Paschoal
Hotel feito com tijolos de sal no coração do Salar do Uyuni - Foto: Fábio Paschoal
Nuvens, montanhas, carros, pessoas... tudo aparece dobrado em um perfeito espelho d'água. O referencial é perdido: o que parece perto está longe, o que parece longe está perto. De tempos em tempos, flamingos cortam o céu e adicionam cor ao espetáculo. A sensação é tão intensa e diferente que você se questiona se o que está vendo realmente está ali. É uma experiência alucinante!


Chuva se formando no Salar de Uyuni - Foto: Fábio Paschoal
O espelho d'água é formado entre dezembro e março - Foto: Fábio Paschoal

sábado, 6 de abril de 2013

Isla del Sol e Isla de la Luna, as belezas do Titicaca

Lago Titicaca, Copacabana, Bolívia - Foto: Fábio Paschoal
Capítulo 3 da série: Bolívia, onde as montanhas tocam as nuvens

Os primeiros raios de sol entraram pela janela e atingiram minha cama. Abri os olhos com aquela preguiça habitual, mas a vista do Lago era tão bonita que resolvi levantar para tirar uma foto. Nuvens negras se aproximavam do Hostal Las Holas, nossa nova casa, mas existiam algumas aberturas que mostravam o azul do céu e traziam a esperança de que o tempo poderia melhorar.

Após um café da manhã reforçado, com direito a mate de coca para combater o soroche (mal de altitude), pegamos um barco em direção à Isla de la Luna. Era hora de explorar o Titicaca.

Explorando o Lago Titicaca,.Rumo a Isla de la Luna
As proporções do Lago são gigantescas. A paisagem é recortada por montanhas com rochas vermelhas, verdes e amarelas. Ilhas de diferentes formas e tamanhos povoam as águas e não é possível ver a outra margem. A sensação que se tem é a de estar em alto mar. 

Após três horas de viagem, chegamos ao nosso destino. Fizemos uma trilha que levava ao ponto mais alto do lugar. A falta de oxigênio me fez parar, com o coração acelerado, algumas vezes para tomar fôlego antes de continuar. Exploramos as ruínas de Iñakuyu e seguimos para a Isla del Sol.

É comum achar pequenas casinhas para fazer oferendas para Pacha Mama na Bolívia - Foto: Fábio Paschoal
Fazendo a trilha para chegar ao topo. A altitude de 5 mil metros faz você perder o fôlego - Foto Fábio Paschoal

As flores tomavam conta da Isla de la Luna - Foto: Fábio Paschoal
No topo da Lua - Foto: Fábio Paschoal
Ruínas de Iñakuyu, Isla de la Luna, Lago Titicaca, Bolívia - Foto: Fábio Paschoal
A Isla del Sol é maior, tem mais gente e também atrai mais turistas do que a Isla de la Luna. Existem diferentes trilhas, algumas levam à ruínas da civilização Inca outras à mirantes. Existe um grande mapa logo na entrada (é preciso pagar 5 bolivianos, o que dá menos de US$ 1), mas ele não é muito claro. Resolvi pegar uma trilha qualquer para explorar o local.

Trilha para o topo da Isla del Sol - Foto de Fábio Paschoal

Burricos - Foto: Fábio Paschoal
Lhamas e burros me acompanharam com olhares curiosos durante o caminho, enquanto cholitas – com seus chapéus característicos e roupas coloridas – esperavam os turistas para cobrar por uma fotografia. Acabei ficando pra trás do grupo para fazer algumas imagens e acabei voltando antes de chegar ao final da trilha para tomar uma cerveja com minha irmã e o namorado dela que haviam ficado na praia. Escolhemos um bar com uma linda vista para o Titicaca e ficamos esperando o barco para voltar pra casa.

Uma foto de uma cholita custa 5 bolivianos